Caso Lilian Oliveira: cinco anos de impunidade e dor para a família da vítima.
O desaparecimento e assassinato de Lilian de Oliveira, de 40 anos, ocorrido em fevereiro de 2020, permanece sem desfecho judicial, mesmo após cinco anos de investigações e mobilização familiar. A dona de casa, que retornava de uma viagem à Colômbia, foi vista pela última vez ao desembarcar no Aeroporto de Goiânia, onde câmeras de segurança registraram sua entrada em uma picape prata. Poucas horas depois, ela foi assassinada, e seu corpo, segundo as investigações, teria sido incinerado em uma fornalha de um laticínio em Santa Cruz de Goiás, a 120 km da capital.
As investigações apontaram que o crime foi encomendado por Juscelino Pinto da Fonseca, empresário e pai da filha de Lilian, motivado por ciúmes e disputas financeiras. Ele teria contratado Ronaldo Rodrigues Ferreira para executar o assassinato, com a ajuda de Cleonice de Fátima Ferreira, babá da filha do casal, que teria convencido Lilian a aceitar a carona de Ronaldo ao chegar em Goiânia.
Apesar das confissões e das evidências reunidas, o processo judicial enfrenta entraves que impedem seu andamento. Em agosto de 2024, o júri foi cancelado após a defesa dos réus entrar com um recurso especial em sentido estrito, suspendendo o processo até que o recurso seja analisado por tribunais superiores. A irmã da vítima, Liliane Oliveira, denuncia a morosidade da Justiça e o sofrimento prolongado da família.
"A morosidade do judiciário em Goiás gerou frustração para nós, que esperamos por justiça há cinco anos. Um crime de feminicídio tão cruel não deveria esperar tanto para ser julgado", lamenta Liliane.
Ela também expressa revolta com a liberdade dos acusados:
"O cancelamento do primeiro júri deixou os criminosos tão à vontade, que andam de cabeça erguida, como se não tivessem cometido um crime brutal."
Além de lutar pela memória da irmã, Liliane atua hoje como perita judicial e integra o projeto social da promotora Gabriela Mansur, voltado ao acolhimento de vítimas de violência de gênero. Para ela, transformar a dor em mobilização foi uma forma de manter viva a luta por justiça.
"Em meio ao caos, transformei o luto em luta. E, para mim, é muito edificante poder acolher as vítimas."
O caso Lilian Oliveira se tornou mais um símbolo do crescimento alarmante dos feminicídios no Brasil e da lentidão do sistema judiciário em garantir respostas rápidas e eficazes. Enquanto isso, a família segue à espera de um julgamento que tarda, mas que ainda é visto como um dever do Estado.
Abaixo, uma reportagem feita pelo programa Domingo Espetacular da Record TV, onde os acusados pelo desaparecimento e assassinato de Lilian Oliveira falam sobre o crime.
Reviewed by Folha de Santa Cruz
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maio 18, 2025
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